Ontem fim de tarde aconteceu uma cena deliciosa…
Eu estava me exercitando em casa, na sala, enquanto assistia uns TEDs e o meu filho estava próximo jogando no computador com seus amigos.
De repente ao olhar pela sacada , vi uma pipa rodopiando, ela entrou na sacada e num movimento leve como é de uma pipa passou pela porta e sem pedir licença entrou na sala vindo em minha direção. Uma pipa cor de violeta.
Eu a segurei em minhas mãos, me divertindo com aquela visita inusitada.
E fui mostrar ao meu filho o que tinha acabado de entrar em nossa casa.
Ele parou o jogo e se divertiu comigo com aquela surpresa.
Uma pipa entrou aqui?!! Como?!!
Nos divertimos e rimos juntos com aquela situação, e decidimos soltá-la de volta, pois pensamos que alguma criança poderia estar esperando que ela retornasse. Como ela tinha apenas um pedaço de barbante, nossa opção era simplesmente soltá-la pela janela e observar o que acontecia.
Fomos até a sacada e a soltamos… ela foi rodopiando, rodopiando subiu um pouco e depois foi plainando suave enquanto descia… Para minha surpresa apareceu um homem jovem na garagem do prédio, abaixo da minha janela, beirando uns 25 anos talvez, que ao ver a pipa descendo, estampou um sorriso de criança no rosto e foi acompanhando a pipa com os braços levantados para recebê-la… como foi gostoso ver aquele sorriso e a alegria com que ele ia se movimentando pela garagem, se divertindo para receber a pipa que vinha em sua direção.
E ela foi descendo e dançando até ser recebida por aquelas mãos que a acolheram felizes ao perceber que ela estava intacta…. fiquei pensando, enquanto observava aquela cena, o quanto uma pipa em questão de poucos minutos veio nos demonstrar que a vida com leveza, com permissão para aproveitar o que recebemos pelo tempo necessário para sermos felizes, nos permitindo acolher e deixar ir no tempo certo, nos deu a oportunidade de ficar para sempre com uma experiência rica de aprendizado porque estávamos presentes.
Afinal de contas, que graça teria após receber uma pipa tão cheia de vida, que veio livremente nos alegrar numa segunda feira, segurá-la como um troféu para que ela ficasse presa e estacionada, abandonada em um canto qualquer da casa agora?
Precisamos realmente de muito pouco para sermos felizes, e somos capazes de aumentar a sensação da alegria quando nos libertamos com leveza…
